o que é mau nunca acaba porque faz parte de um ciclo vicioso e temos que acabar com ele
o que é bom é recto e está em vias de extinção se não for preservado
o ciclo que se mantém e a recta que desaparece ressoam em todos os níveis do pensamento
pensamos na vida como segmento de recta com princípio e fim
no entanto aprendemos que as rectas não têm princípio nem fim: há dois infinitos que infinitamente se afastam
abstracção pura
a pureza é virtude
mas a ideia de recta, por mais pura e virtuosa que seja, é extensão imaginária de linhas com princípio e fim
ora os princípios e os fins são grandes problemas filosóficos com os quais o pensamento se debate...
em ciclos
concordo que é difícil acompanhar este raciocínio
também sinto dificuldades em me fazer entender
chamar vicioso ao ciclo é, em si mesmo, encerrar o pensamento em pecado
considerar que o recto é virtuoso é também impossibilitar a compreensão
as espirais são modelos de compromisso que permitem manter a evolução e os ciclos naturais, evitando a repetição
o tal vício do ciclo
sim, o dia e a noite sucedem-se mas não exactamente iguais
queremos que o amanhã seja mais evoluído que o ontem
hoje cremos que o passado foi uma evolução que vai continuar no futuro
não cremos no retorno
não queremos o retorno
queremos mesmo acabar de vez com os males e não permitir que os bens desapareçam
mas porque, então, não se extinguem os males e não fazem os bens ciclos virtuosos?
porque é que o bom é raro e o mau abundante?
ou será que detestamos o que é abundante e amamos o que é raro?
mas se não há rectas
se os segmentos de recta são segmentos de círculos tão vastos que não nos apercebemos da curvatura
se tudo regressa
ao que foi
se a vida é a parte emergente de um círculo que não contemplamos na totalidade
se a virtude for também cíclica
e o vício uma recta imaginária
talvez o sentido esteja sempre presente
e o absurdo seja... absurdo
a geometria da liberdade não se aprende nas escolas
5 comentários:
"A geometria da liberdade não se aprende na escola". Definitivo. E não se trata de uma geometria euclidiana...
Abraços.
eh, eh, eh, :)
soa dogmático, concordo Nivaldete! :)
devia antes ter dito que a geometria da liberdade não tem regras nem ângulos... enfim... ;)
ou, melhor ainda:
a geometria da liberdade não tem medida
e as linhas paralelas nao se encontram no infinito ? :))
pois, Wolkengedanken, é o que dizem! :)
Enviar um comentário