Na praia de uma pequena aldeia,
Entra nas águas como ladrão na noite,
Todas e cada uma das noites, um rapaz.
.Entra na água sem barco,
Com braços poderosos e viris,
Nada separando as águas,
Rumo à ilha na outra costa.
.Da escura ilha, claro e brilhante
Um raio de luz lhe acena,
Um farol potente só para ele,
Que o ajuda a guiar-se na rota.
.A linda Tamar todas as noites,
Prepara um lume naquela ilha,
E impaciente o espera,
Ali perto, no mato escuro.
.As águas inquietas batem e rugem,
E o coração do rapaz bate com elas,
A água uiva em terríveis gritos,
E combate ameaçadoramente.
.Agora Tamar, com o coração batendo,
Finalmente ouve ali próximos os sons,
São salpicos de água e com todo o seu ser,
Ela está em chamas de amor acesas.
.Silêncio, na praia escura,
Está uma figura solitária e sombria,
Ai! É ele, encontram-se um ao outro,
Nesta noite misteriosa e calma.
.Apenas as ondas do mar de Van,
Agora gentilmente acariciam as praias,
Acalmando-se quando eles se retiram,
Segredando incompreensíveis.
.Pode dizer-se que murmuram
E as estrelas em arco por cima,
Olham para baixo e deslizam,
Sobre a impúdica e sem vergonha Tamar...
.O olhar delas perturba o coração da donzela,
É hora de partir... e mais uma vez,
Um entra no mar turbulento,
Enquanto o outro reza na costa...
.Quem pode ser aquele jovem ousado?
Que intoxicado com o seu amor,
O seu coração sem temor nem medo,
Atravessa o mar durante a noite?
.Nada desde a outra margem,
E beija a nossa Tamar,
Arrebatando a rapariga das nossas mãos,
Para que é que ele nos rouba?
.Assim, diziam com amarga dor,
Os jovens desta ilha,
E a luz acesa pela mão de Tamar,
Eles extinguiram nessa noite.
.Desorientado no mar escurecido,
O rapaz nadador, o amado dela,
E o vento levanta e leva,
Suspiros de misericordia, "Ah, Tamar!"
.A sua voz está perto, na escuridão ensurdecedora,
Entalada entre as rochas aguçadas,
Onde a água indomável ruge,
Às vezes abafada e às vezes perdida,
E às vezes debilmente ouvida, "Ah, Tamar!"
.Ao amanhecer vem a água calma,
Deixar um cadáver na praia,
Nos seus lábios rígidos e imóveis,
Talvez digas que no momento da morte,
Ficaram duas palavras congeladas: "Ah, Tamar!"
.Por esta razão, desde esse dia,
A ilha se chama "AhTamar".
.
2 comentários:
Belo e triste o poema-lenda...
sim, Nivaldete e acho que se perde muito com traduções sucessivas... traduzi da tradução inglesa que, espero, tenha sido traduzida directamente do arménio... mas não garanto...
Hovhannes Toumanian é um grande poeta arménio, mas, tanto quanto consegui perceber, não há nada traduzido para português...
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