Vladimir Kush

Vladimir KUSH, Ripples on the Ocean, (Ondulações no Oceano)

Rumi

A vela do navio do ser humano é a fé.
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.

Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI




quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Do quintal dele ao Jardim do Campo Grande

A 20 de Julho de 1969 estava de férias em Portimão e só me fui deitar depois de ver os astronautas andarem na Lua...

No mês seguinte, a 15, 16 e 17 de Agosto, reuniram-se em Woodstock milhares de jovens para ouvir a música da época e fazer amor e não guerra (mas disto não soube nada). Na véspera cerca de 80 pessoas prepararam-se para gravar imagens e sons do acontecimento. No ano seguinte "Woodstock" ganhou o Óscar de Melhor Documentário.

Lembro-me de o ter visto no cinema Caleidoscópio no Jardim do Campo Grande em Lisboa, depois do 25 de Abril. Seria 1975, poderia ser 76 ou um pouco mais tarde... Não me lembro. Lembro-me sim que fui com colegas do Liceu - provavelmente faltámos às aulas ou aproveitámos faltas de professores, ambas as coisas eram frequentes nessa altura - e logo que o filme começou fomos sentar-nos em monte no chão, lá à frente, atitude que achámos muito mais adequada do que conformar-nos às cadeiras...

O que é engraçado é que quando fomos ver o filme, embora com grande entusiasmo, para não dizer quase fanatismo, achávamos que o Woodstock já tinha acontecido há imenso tempo... (!?)

Foi provavelmente o primeiro documentário que vi(mos) no cinema o que acrescentou estranheza à estranheza com que já contávamos...

O Woodstock e o 25 de Abril são célebres por serem grandes acontecimentos pacíficos. As erupções de liberdade não têm regras e suportam mal comemorações e homenagens. Em 1984 foi colocada uma placa comemorativa no local do Woodstock que se assemelha bastante a uma pedra tumular... O próprio guia do museu (Bethel Woods Center for the Arts), um dos que estiveram lá e lá ficaram, lhe chama o "túmulo do hippie desconhecido"...

Este ano o realizador Ang Lee pegou no livro "Recebendo Woodstock" (Taking Woodstock) de Elliot Tiber e Tom Monte e fez um filme com o mesmo nome cuja frase guia é "No quintal dele começou uma geração". Passou em Cannes sem prémios* e estreia em Portugal a 3 de Setembro deste ano.

*(No primeiro ano em que Portugal ganhou uma Palma de Ouro, o que não tem nada a ver, claro.)

6 comentários:

Aurora disse...

achavam que woodstock tinha sido há imenso tempo, e em relação à ida à lua? era um acontecimento recente?

Myriade disse...

Lembra-me uma publicidade muito engracada na tv austriaca. E uma publicidade de café: uma menina duns 16,17 anos bebe café com a sua avo e conta a avo que foi ontem a qualquer concerto e que ficou com a roupa tuda suja por causa da lama. E a avo disse que do seu tempo por exemplo em Woodstock nao acontecia isso. A neta pergunta si em Woodstock nao havia lama .E a avo disse "havia, e muita, mas nos nao levavamos roupa" e depois as duas riem-se muito. :))

Ignoro de qué maneira isso fará publicidade para a marca de café ......

BAR DO BARDO disse...

nostalgia quando se toca em wood...

paz e amor...

ideais...

almariada disse...

Aurora, sabes que nunca até ontem, tinha pensado que o Woodstock foi logo a seguir à ida à Lua?! :)

Acho que pensávamos que ambas as coisas tinham sido havia imenso tempo... porque era a diferença entre ter 7 e 14 anos... :)

Agora, que foi há 40 anos, parece que foi ontem! ;)

almariada disse...

Wolkengedanken, a história é engraçada e faz com que ainda te lembres da marca de café... ;)

almariada disse...

Bar do Bardo, obrigada por este e pelos outros comentários! :)

E obrigada também por seres seguidor deste blog! :)

Bem hajas!