O viajante Henrique Russel Killough, esse, pelo contrário, tece grandes elogios a tudo que observou em Tomsk. Dependerão estas diferentes apreciações de o segundo ter visto a cidade no Inverno envolta no seu lençol de neve, enquanto Madame de Bourboulon só lá esteve no Verão?
Júlio Verne, Miguel Strogoff, 2º vol., p.56, Livraria Bertrand, s/ data
Júlio Verne publicou Miguel Strogoff em 1876
Tchekov passou por Tomsk na viagem que fez à ilha de Shakalina, a norte do Japão. A 20 de Maio de 1890 escreveu numa carta à irmã: "Tomsk é uma cidade muito enfadonha. A julgar pelos bêbados que conheci, e pelos intelectuais que vieram ao hotel apresentar-me os seus cumprimentos, os habitantes também são enfadonhos."
Parece que, na Primavera, Tomsk já não estava no seu melhor...
Para se vingarem de Tchekov os habitantes de Tomsk fizeram uma colecta e erigiram-lhe um monumento em bronze, em 2004. Foi feito a partir da estátua em cedro do escultor Leonti Usov (1998) e a legenda diz: «Tchekov visto por um bêbado deitado na valeta que nunca leu "Kashtanka"». Para dar sorte os turistas esfregam a mão no nariz. Conhecendo o sentido de humor de Tchekov estou certa de que gosta.
Com a grafia "Katchanka" o conto de Tchekov (cuja heroína é uma cadela e não digo mais para não vos estragar o prazer de o ler) foi publicado em Portugal:
Contos e narrativas de Tchekov, (1887), vol. IV, p. 270, Estúdios Cor, s/ data
5 comentários:
Que bela viagem à ficção...
Talvez por isso também a vida seja ainda excitante... Um lugar é como uma pessoa. Há quem descubra motivos para gostar. Ou não... E sempre projetamos um pouco do nosso interior naquilo que vemos... Acho.
Abraços!
Obrigada Bar do Bardo e Nivaldete.
Bem hajam!
Atenção, que Júlio Verne nunca esteve na Rússia, nem em Tomsk.
Sim, sim, Jest nas Wielu, por isso é que ele se refere aos viajantes que escreveram sobre Tomsk e não sabe o que há-de pensar...
Um abraço
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