"Era um carro velho, já com muito uso, de aspecto decepcionante, sem espírito nem sentido de aventura, um carro que avançava vagarosa e docilmente ao longo da estrada, obedecendo à embraiagem, travão e acelerador de uma maneira resignada, talvez até envergonhada."
"O carro que comprou era pequeno, mas tinha entusiasmo, espírito e sentido de aventura desenvolvidos ao máximo. Era um carro eminentemente arrojado e desenvolvia continuamente e de uma forma imprevisível. (...) Estava cheio de uma vívida e insaciável curiosidade, investigando constantemente o conteúdo dos fossos e pequenos lagos à beira da estrada, experimentando sempre o meio e o lado esquerdo do caminho, as bermas, e até mesmo as árvores que o ladeavam. Adquiriu um aspecto riscado e amolgado, mas o seu espírito de aventura manteve-se inalterável."
"Os carros dos seus outros amigos eram grandes e confortáveis, mas faltava-lhes imaginação, os seus horizontes limitavam-se por todos os lados pelas disposições do Código da Estrada..."
Richmal Crompton, "Guilherme segue uma pista", p. 10, 12 e 44, Estúdios Cor, Lisboa, 1966
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