Há um passeio que gosto de fazer: saio da vila por uma estrada e vou até onde se encontra com outra estrada que volta para a vila. Ambas são pequenas estradas secundárias quase sem trânsito. A mais pequena e menos frequentada está a ser atravessada por uma circunvalação que também vai destruir os restos de uma fortaleza de pedra cuja idade é calculada em cerca de 5.000 anos.
Hoje à hora de almoço fiz este passeio e reparei num salgueiro jovem muito bonito. O verde claro das folhas e dos ramos que caem era agitado pelo vento, fazia lembrar água. Uma videira trepa pelo tronco. As folhas da videira são maiores e mais escuras e fazem lembrar vinho.
É extraordinário: escolher palavras para dizer isto é um exercício difícil, o que fica dito é uma possibilidade entre muitas e nenhuma delas vos mostra o que eu vi.
Não tenho máquina fotográfica mas, se tivesse, nenhuma fotografia possível vos mostraria o movimento dos ramos e das folhas do salgueiro. Um filme poderia mostrar, mas em nenhum filme poderiam sentir o calor do Sol. Foi o calor do Sol que me chamou para este passeio.
Não sei a quem pertence o salgueiro, há-de pertencer a alguém, estava dentro de uma propriedade com muros.
A beleza do salgueiro, que se me revelou quando passei, ainda não tinha visto. Sim, eu passei e parei um pouco mais à frente à sombra de uma oliveira, que o Sol estava forte, para olhar um pouco mais para o salgueiro. Não era preciso. Revelou-me toda a sua beleza quando passei.
Estive a ver na net e creio que é salix babylonica, muito jovem. Talvez com o dobro da minha altura.
3 comentários:
Uma senhora, aqui, que ama as pedras e estuda os seus poderes, contou que, durante um passeio no campo, sentiu-se 'olhada' por uma pedra. Saiu à cata e a encontrou... Acho que o salgueiro também te olhou, falou... Belo!
olá. nós temos um jovenzíssimo salgueiro chorão no nosso quintal, que nos deu uma vizinha!! ainda tem poucos ramos mas há-de ser maior e maior
olá Nivaldete e Aurora, obrigada pelos comentários,
abraços
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