Quanta incerta esperança, quanto engano!
(Sonetos acrescentados pela edição de Faria e Sousa, de 1685)
Soneto de Camões pintado na parede em Leiden em 1996 - desapareceu quando fizeram obras no prédio em Junho de 2002. Ver aqui.
Quanto viver de falsos pensamentos,
Pois todos vão fazer seus fundamentos
Só no mesmo em que está seu próprio dano!
Pois todos vão fazer seus fundamentos
Só no mesmo em que está seu próprio dano!
Na incerta vida estribam de um humano;
Dão crédito a palavras que são ventos;
Choram depois as horas e os momentos
Choram depois as horas e os momentos
Que riram com mais gosto em todo o ano.
Não haja em aparências confianças;
Entendei que o viver é de emprestado;
Que o de que vive o mundo são mudanças.
Mudai, pois, o sentido e o cuidado,
Somente amando aquelas esperanças
Que duram pera sempre co'o amado.
(Sonetos acrescentados pela edição de Faria e Sousa, de 1685)
Soneto de Camões pintado na parede em Leiden em 1996 - desapareceu quando fizeram obras no prédio em Junho de 2002. Ver aqui.
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