Vladimir Kush

Vladimir KUSH, Ripples on the Ocean, (Ondulações no Oceano)

Rumi

A vela do navio do ser humano é a fé.
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.

Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI




quarta-feira, 22 de junho de 2011

Narzan

A uma hora em que parecia que já não chegavam as forças nem para respirar, quando o Sol, depois de ter abrasado Moscovo, se escondera no nevoeiro seco algures para lá da Sadovaia, não havia ninguém debaixo das tílias, ninguém sentado nos bancos. A alameda estava deserta.
-Dê-me uma água Narzan - pediu Berlioz.
-Não há Narzan - respondeu a mulher do quiosque parecendo ofendida.
-Tem cerveja? - perguntou «Bezdomni» com voz rouca.
-Cerveja só trazem à noite - respondeu a mulher.
-Que tem então? - quis saber Berlioz.
-Sumo de alperce mas está quente - disse a mulher.

Mikhail Bulgakov, Margarita e o Mestre, tradução do russo de António Pescada, p. 12, Contexto, Lisboa, 1991

Sem comentários: