Vladimir Kush

Vladimir KUSH, Ripples on the Ocean, (Ondulações no Oceano)

Rumi

A vela do navio do ser humano é a fé.
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.

Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI




sexta-feira, 29 de abril de 2011

nocebo

estamos mais ou menos familiarizados com o efeito placebo - se acreditamos que algo nos faz bem isso faz-nos realmente bem
mas estamos menos familiarizados com o efeito nocebo, que é o oposto - se acreditamos que algo nos faz mal isso faz-nos realmente mal
que é então acreditar? e até que ponto podemos escolher aquilo em que acreditamos?
ou melhor: podemos nós perceber que acreditamos em algo?
parece que sim, que podemos ... embora não seja muito fácil, porque aquilo em que acreditamos nos parece ser verdade
é comum incentivar as pessoas a ter pensamentos positivos, acreditar no bem, etc. para que isso se torne realidade, supõe-se portanto que podemos escolher aquilo em que acreditamos
também o proselitismo, o marketing e a propaganda pretendem convencer as pessoas a acreditar em qualquer coisa e muitas vezes conseguem, embora também provoquem o efeito contrário e algumas pessoas acreditem então que tudo o que vem de determinada fonte é mentira
mas basta ser possível dizer o que estou a dizer para compreender que há uma distância entre acreditar e ser verdade, distância essa que é mais perceptível nos outros :)
é mais fácil perceber que outras pessoas acreditam em coisas em que não deviam acreditar :)
já aquilo em que nós acreditamos ... enfim ... é a verdade :)
e porque esperaria eu que acreditassem no que estou aqui a escrever? ;)
deixem-me só acrescentar que é precisamente isto que me entusiasma na brincadeira, este acreditar sem acreditar :)
mas também não acreditar acreditando ;)
e experimentar para ver o que acontece ...
quer acreditemos quer não vivemos num mundo maravilhoso onde nunca se sabe o que vai acontecer ...
oh, dirão talvez alguns de vocês, mas as companhias de seguros ganham muito dinheiro precisamente porque apostam na probabilidade de não acontecer nada de mal aos seus segurados ... eh, eh, eh, isto também tem graça, porque na verdade as companhias de seguros vivem das cláusulas que impedem os segurados de beneficiar do seguro se lhes acontecer alguma coisa ...
e, como vêem, eu divirto-me com estes diálogos imaginários ... :)
excepto quando me ponho triste ou ansiosa ou deprimida ou outra coisa qualquer precisamente por causa dos pensamentos com que me entretenho ...
e esta distância entre mim e os pensamentos com que me entretenho também me dá que pensar ...
espero ter conseguido explicar, mais ou menos, o meu amor ao vazio ...

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