"O ridículo é uma espécie de lastro da alma quando ela entra no mar da vida; algumas fazem toda a navegação sem outra espécie de carregamento"
O conto de Machado de Assis, p. 30, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1981
Ó humanos, em verdade, Nós vos criamos de macho e fêmea e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos outros.
Alcorão, 49. (Os Aposentos) 13
"A nossa missão é chamar as pessoas à realidade das dúvidas que a ciência tem. A ciência observa alguns fenómenos, estabelece teorias e mantém um permanente convívio com a ignorância, com aquilo que não sabe.
A princípio os jovens sentem uma certa desilusão, porque não lhes passa pela cabeça que os cientistas não saibam tudo."
O que aparece na televisão é mais real. O argumento "mostraram na televisão" termina definitivamente qualquer dúvida. Por outro lado o que não aparece na televisão é quase como se não existisse, pelo menos não tem a importância do que a televisão mostra. Aparecer na televisão é também sinal indiscutível de sucesso.
O que aparece na televisão constitui o grosso dos assuntos de conversa quotidianos. O resto é bisbilhotice. As pessoas cultas acompanham diariamente as notícias da televisão e são capazes de reproduzir as teses e os argumentos mais actuais e correctos.
A televisão e as pessoas que lá aparecem fazem companhia, são conhecidas e amigas. Que seria das instituições onde se acolhem idosos, jovens, crianças, doentes e outras pessoas carenciadas, sem a televisão para as entreter? O que seria de todas as pessoas que vivem sós sem a televisão para lhes fazer companhia? O que seria das famílias sem a televisão para lhes dizer o que hão-de comprar, pensar e fazer?
Além da televisão, também há a rádio e os jornais para ajudar: estão todos de acordo sobre o que é verdade e importante. As notícias e a publicidade repetem-se e reproduzem-se por todos os meios. A liberdade de expressão manifesta-se aí: aparecem as teses, as antíteses e as sínteses. E o que não aparece não tem importância, é como se não existisse.
Felizmente o que não aparece na televisão é quase tudo. Quem não vê televisão conhece o mundo alma a alma e corpo a corpo e alma a corpo. Contempla e desfruta a paisagem, o tempo e a solidão. Funde-se com a fonte dos dias sem mediação: imediatamente.
Os "mass media" são a mediação que cria, reproduz e mantém as "massas". Os "mass media" põem as pessoas a saber o que é preciso saber e ignorar o que é correcto ignorar.
A oportunidade de aparecer na televisão está democraticamente ao alcance de todos. Há concursos e outros programas para que cada espectadora ou espectador possa gozar os minutos de fama a que tem direito.
Claro que a televisão não é perfeita e se pode dizer mal dela, não lhe prestar atenção, desligá-la e tudo. O que ainda a torna melhor. Por outro lado, é claro, a verdade manifesta-se em todo o lado, até na televisão. Pode aprender-se com tudo, até com a televisão. Pode fazer-se muita coisa e também televisão.
Omnipresente, omnipotente e omnisciente é que ela não é, ainda que o pareça. A internet, sua séria concorrente, também não. Nem a literatura ou os outros livros. Nem nenhum Estado, organização, lei, técnica, método ou estratégia. Tudo isto surge da fonte do esperado e do inesperado.
"Rama arranjava sempre maneira de se ocupar: a cozinhar, a coser, a cuidar das crianças, a limpar a casa, coisas que lhe pareciam as mais importantes do mundo; muito mais do que aquilo que os homens faziam."
John Steinbeck, A Um Deus Desconhecido, p.36, Livros do Brasil, Lisboa, 1989
(De Lisboa ao Cabo da Boa Esperança: os Bochimanes-Hotentotes, a fauna e a flora da baía de Santa-Helena, 8 a 16 de Novembro de 1497)
“Nesta terra há homens baços (...) e têm muitos cães como os de Portugal e assim mesmo ladram.”
(Do Cabo da Boa Esperança a Moçambique: Relações com os Hotentotes da Angra de S. Brás, 1(?) de Dezembro de 1497)
“(...) e nós como os vimos fomos logo em terra, e eles começaram logo de tanger quatro ou cinco flautas e uns tangiam alto e outros baixo em maneira que concertavam muito bem para negros de que se não espera música e bailavam como negros. E o capitão-mor mandou tanger as trombetas e nós em os batéis bailávamos e o capitão-mor também de volta connosco e depois de acabada a festa, nos fomos em terra (...)”
Diário da Viagem de Vasco da Gama, Vol. I, (Fac-simile e transcrição) p.3 e 8,
Texto Actualizado, p.7 e 16, Livraria Civilização Editora, Porto, 1945
"Telefonar ao meu pai ou à minha irmã é como atravessar uma ponte entre o mundo em que sou adulta com responsabilidade e algum poder e o enigmático mundo da infância onde estou à mercê dos fins de outras pessoas que não posso controlar nem compreender. A mana mais velha é a monarca absoluta nesse mundo crepuscular. Reina sem escrúpulos nem piedade."
LEWYCKA, Marina, Breve História dos Tractores em Ucraniano, p. 46, Civilização, Porto, 2006
Um idiota encontrou um dia uma cauda de carneiro. Cada manhã servia-se dela para pôr gordura no bigode. Depois ia ter com os amigos e dizia-lhes que acabava de chegar de uma recepção onde tinham feito uma grande festa e comido muito bem. A sua barriga vazia maldizia o seu bigode brilhante de gordura.
Oh desgraçado! Se não fosses mentiroso talvez um homem generoso te convidasse para comer!
Um dia, em que o estômago do nosso idiota se queixava a Deus, um gato roubou a cauda do carneiro. O filho do idiota tentou apanhar o animal mas em vão. Com medo que o pai o repreendesse pôs-se a chorar. Depois foi a correr ao lugar onde o pai estava com os amigos. Chegou no preciso momento em que o seu pai contava aos outros a sua refeição imaginária da véspera. Disse-lhe:
«Papá! O gato levou a cauda de carneiro com que punhas gordura no bigode todas as manhãs. Eu tentei apanhá-lo mas não consegui.»
A estas palavras os amigos começaram a rir e convidaram-no para uma refeição, desta vez real. E assim o nosso homem, abandonando as suas pretensões, conheceu o prazer de ser sincero.”
Djalâl Al-Dîn Rûmî, “Le Mesnevi, 150 contes soufis”, pp. 64-65, Albin Michel, Paris, 1988
"A razão é justa mas a sua via é sinuosa."
Provérbios do Mundo, compilado e organizado por José Jorge Letria, p. 41, Editorial Notícias, Lisboa, 2004
"Tive merdriocre"
Luís Lemos (PIPO)
Rasgos de profs e alunos do 11ºB recolhidos por Daniel
"Arauto", Jornal da Escola Secundária Manuel de Arriaga, Horta, Freguesia das Angústias, Junho 2008
(continuação de ontem)
O comerciante respondeu:
«Quando transmiti as tuas palavras aos teus amigos, um deles caiu no chão, sem vida. É por isso que estou triste.»
Nesse instante, o papagaio do comerciante também caiu na sua gaiola, inanimado. O comerciante, cheio de tristeza, começou a gritar:
«Oh meu papagaio de suave linguagem! Oh meu amigo! O que foi que aconteceu? Eras uma ave como nem Salomão conheceu outra igual. Perdi o meu tesouro!»
Depois de ter chorado muito tempo, o comerciante abriu a gaiola e atirou o papagaio pela janela. Nesse momento este voou e foi pousar no ramo de uma árvore. O comerciante, ainda mais surpreendido, disse-lhe:
«Explica-me o que se passa!»
O papagaio respondeu:
«Esse papagaio que viste na Índia explicou-me a maneira de sair da prisão. Com o seu exemplo, deu-me um conselho. Ele quis dizer-me: "Tu estás na prisão porque falas. Portanto faz-te morto." Adeus, oh meu dono! Agora vou-me embora. Também tu, um dia, regressarás à tua pátria.»
O comerciante disse-lhe:
«Que Deus te salve! Tu também me ensinaste. Esta aventura para mim é suficiente uma vez que o meu espírito e a minha alma tomaram parte nestes acontecimentos.»
Traduzido de "Le Mesnevi, 150 contes sufis", Djalâl Al-Dîn Rûmî, p. 36, Albin Michel, Paris, 1988
Um comerciante tinha um papagaio cheio de dons. Um dia ele decidiu ir à Índia e perguntou a toda a gente da sua casa que presente queria que ele trouxesse da viagem. Quando ele perguntou ao papagaio, este respondeu:
"Na Índia, há muitos papagaios. Vai visitá-los por mim. Conta-lhes como é a minha situação, esta gaiola. Diz-lhes: «O meu papagaio pensa em vocês e tem muitas saudades vossas. Manda-vos cumprimentos. Será justo que ele seja prisioneiro enquanto vocês voam no jardim das rosas? Ele pede-vos que pensem nele quando esvoaçarem, alegres, entre as flores.»
Quando chegou à Índia, o comerciante foi a um lugar onde havia papagaios. Mas, quando ele lhes transmitiu os cumprimentos do seu próprio papagaio, um deles caiu no chão, sem vida. O comerciante ficou muito surpreendido e pensou:
«Isto é muito estranho. Causei a morte a um papagaio. Não devia ter transmitido esta mensagem.»
Depois, quando acabou de fazer as suas compras, regressou a sua casa, com o coração cheio de alegria. Distribuiu os presentes que trazia pelos seus criados e pelas suas mulheres. O papagaio pediu:
«Conta-me o que viste para que eu também fique contente.»
A estas palavras, o comerciante começou a lamentar-se e a exprimir o seu arrependimento.
«Diz-me o que aconteceu, insistiu a ave. Porque estás tão triste?»
(continua amanhã)
"Quando o passarinho pousa num muro e vê as sementes que servem de isco na gaiola, o seu desejo atrai-o para as sementes. Ele olha para elas, depois olha para as vastas planícies. O passarinho que resiste a esta tentação voa para as planícies, cheio de alegria."
Traduzido de "Le Mesnevi, 150 contes sufis", Djalâl Al-Dîn Rûmî, p. 88, Albin Michel, Paris, 1988
"Numa ilha verdejante, uma vaca vivia em solidão. Ela pastava até cair a noite e assim engordava cada dia. À noite, como já não via a erva, ela inquietava-se sobre o que iria comer no dia seguinte e essa inquitação tornava-a tão magra como uma pena. De madrugada, a pastagem reverdecia e ela punha-se de novo a pastar com o seu apetite bovino até ao pôr do sol. Estava novamente gorda e cheia de força. Mas, na noite seguinte, recomeçava a lamentar-se e a emagrecer.
O tempo bem podia passar, nunca lhe ocorria que, uma vez que a pastagem não diminuia, não havia porque se inquietar daquele modo.
O teu ego é essa vaca e a ilha, é o universo. A preocupação com o dia seguinte torna a vaca magra. Não penses no futuro. É melhor ver o presente. Tu comes há anos e os dons de Deus no entanto nunca diminuiram."
Traduzido de "Le Mesnevi, 150 contes sufis", Djalâl Al-Dîn Rûmî, p. 153, Albin Michel, Paris, 1988
"Ora, o «mostrengo» não é o sempre outro a dominar politicamente, mas uma alma, por demais 'dobrada na cerviz' servil, de quem não descobriu a realeza interior de si mesmo. Ainda que da criança!... Donde que a filosofia, incoativo, assim capaz de convocar outro 'vento' do espírito, muito além do mesquinho da barca do poder e dos desencontrados lemes meramente humanos, liberte para outra viagem, outra governação (literal: kybernetiké...) mais de acordo com a relevância do real, mais no inteiro realismo do con-viver de universos assim..."
Carlos H. do C. Silva [Docente da UCP]
Revista "Cais", Fevereiro de 2008, pp. 14 e 15, ensaio o filósofo e as máscaras contemporâneas, "A filosofia e o político ou da histórica tirania de heróis e democratas"
" -Na verdade - comentou Maria - a tua mãe sabe imensas coisas.
-Ah! é como ela diz: «Uma mulher que cria doze filhos aprende alguma coisa mais que o seu á-bê-cê. As crianças, como a aritmética, ensinam muita coisa nova.»"
Frances Burnett, O Jardim Misterioso, p. 56, Editorial Pública, Lisboa, 1988
Esta imagem é de uma edição mais antiga deste livro.
"Ó Mãe por todos cantada,
Mãe do sol de suma justiça,
Mãe do povo cristão,
glorificada do Oriente ao Ocidente,
dá-nos a união fraterna,
a nós que superamos a discórdia.
Dá-nos a tua protecção materna,
para que todos possamos unir-nos
no corpo místico do teu Filho,
Cristo, nosso Deus.
E dá-nos que te cantemos,
nossa Alegria universal,
com uma só e única voz."
Sede de Deus, orações do Judaísmo, Cristianismo e Islã, p. 48, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2002
Isto passou-se há muito tempo.
Um cigano e a sua família andavam em viagem. O seu cavalo estava pele e osso e pouco firme nas pernas e à medida que a família cigana ia aumentando era-lhe cada vez mais difícil puxar a pesada carroça. Em breve a carroça ficou tão cheia de crianças aos trambolhões que o pobre cavalo mal conseguia arrastar-se pelo caminho às covas.
A carroça lá ía aos tombos, ora tombando para a esquerda, ora para a direita, tachos e panelas a caír, e uma vez por outra uma criança descalça era atirada ao chão de cabeça.
Não era tão mau à luz do dia, pois podiam ir apanhar as panelas e as criancinhas; mas no escuro não se viam. Aliás, quem é que era capaz de fazer as contas a uma tribo daquelas? E o cavalo lá seguia, penosamente.
O cigano deu a volta à Terra e onde quer que fosse deixava ficar um filho: mais um, e mais um, e mais um.
E foi assim, estão a ver?, que os ciganos se espalharam pela Terra.
Contos Populares Ciganos, Diane Tong, Editorial Teorema, 1998
"Na arte e literatura japonesas sinto-me fascinada pelo uso do silêncio e da assimetria. Gosto do conceito de ma: o espaço intermédio que permite que haja percepção."
Lian Hearn, pseudónimo de Gillian Rubinstein
Quem ensina as aves a voar e a cantar? Há uma resposta pronta para esta pergunta: é o instinto. O que é o instinto? Vamos enredar-nos em labirintos que, em lugar de aclarar a questão, a tornam impenetrável. Aparentemente há muitas maneiras de esconder o conhecimento. Platão, na alegoria da caverna, mostrou como a cultura serve este mesmo objectivo. Se as pessoas forem fechadas num lugar onde só lhes sejam mostradas representações julgarão conhecer. Se alguém conseguir sair da caverna e voltar para contar o que conheceu será desacreditado.
Como Marco Polo e Fernão Mendes Pinto o foram quando falaram da China: “Fernão, mentes? Minto.”
Aprendemos, adquirimos conhecimento, através do corpo e da mente. Quem já teve uma gata que pariu e viu os gatinhos bebés a aprender a andar, a correr e a saltar tem conhecimento disso. Quem só leu ou viu desenhos e imagens, em fotografias, na televisão ou no cinema, pode falar disso e julgar que tem esse conhecimento, mas não tem.
Até conhecer a neve já tinha lido sobre ela e já a tinha visto em imagens e sabia que era fria. Quando conheci a neve fiquei deslumbrada e gelada mas ainda não conheço a neve como as pessoas que vivem em lugares onde neva. Nenhuma escola, nenhum professor ou professora pode ensinar o que é a neve a quem nunca a viu. Pode-se ensinar, sim, muitas palavras e frases sobre a neve. De modo que é possível, a quem não conhece a neve, falar de tal modo sobre ela que convença uma plateia de que a conhece, enquanto alguém que a conheça pode não encontrar palavras. Será fácil, então, ao orador fazer com que a maioria das pessoas acreditem que quem conhece a neve mas não sabe falar sobre ela não a conhece. Este é o poder das palavras e é por causa deste poder que acreditamos em muitas coisas que não são verdade e não acreditamos em muitas outras que são. A quem pertence o conhecimento?
Se quisermos conhecer a Sibéria e tivermos que escolher um guia faremos asneira em escolher o orador em vez de escolher quem ele humilhou em público.
Santo Agostinho, em “O Mestre” escreveu que ninguém, senão Deus, é Mestre, porque só se aprende com o que Ele nos dá. Porém os seres humanos julgam que podem apropriar-se do que não lhes pertence. Dividem assim o que é de todos de modo a que seja apenas de alguns e privam-se mutuamente de conhecimento como se privam da terra e dos frutos da terra e de amor e de poder.
Alexandre julgava-se e tem sido dito poderoso mas quando perguntou a Diógenes o que queria que lhe desse este limitou-se a pedir-lhe que saísse da frente do Sol e não lhe tirasse o que não podia dar-lhe.
Quem nega o conhecimento alheio e pertence a uma comunidade em que as pessoas mutuamente se convencem que o conhecimento lhes pertence são como Alexandre: fazem sombra...
Assim fazem os modernos com os antigos, os adultos com as crianças, os urbanos com os rurais, os colonialistas com os colonizados, etc. e vice-versa.
« Dès le premier moment de mes relations intimes avec des Portugais je me sentis perturbé par une profusion d’émotions jusqu’à présent encore inconnues de moi. Peu après je fus surpris par un dernier "disparate" (dans le sens espagnol du mot) qui fait typiquement, de toute la situation portugaise, une équation sans solution. Selon mon habitude, j’ai cherché une image concrète, parfaitement typique, qui, dans sa particularité, donne le caractère général. Je la découvris bien rapidement, dans la tradition suivante : quand le terrible duc d’Alba pénétra au Portugal, en 1580, avec un déploiement militaire exceptionnel, qui était alors le plus formidable d’Europe, il fit arrêter ses troupes à l’entrée d’un pont. On y voyait un petit Portugais d’aspect absolument insignifiant. Son chapeau à la main, il avança vers le duc d’Alba et lui donna à entendre qu’il ne devait pas s’arrêter à cause de lui : « Passez, passez, je ne vous ferai pas de mal.» Dans ce geste, fait certainement avec sérieux et sincérité, s’exprimait l’orgueil du nain. Tout ce qui est spécifiquement portugais porte la marque d’une tension similaire. »
Ao Rosh Hashanah (Cabeça do Ano) que dura até ao pôr-do-sol de hoje, seguem-se dez dias de penitência, temor e arrependimento que culminam no Yom Kippur (Dia da Expiação) que terá início ao pôr-do-sol de 8 de Outubro.
Tocar e escutar o shofar, instrumento feito de chifre de carneiro, faz parte da celebração de Rosh Hashanah.
O calendário judaico é um calendário lunar e solar. O primeiro dia de cada mês começa ao pôr-do-sol do dia da lua nova.