Vladimir Kush

Vladimir KUSH, Ripples on the Ocean, (Ondulações no Oceano)

Rumi

A vela do navio do ser humano é a fé.
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.

Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI




terça-feira, 23 de abril de 2013

matraca

Lembro-me de se vender nas feiras, sem pinturas. Creio que tive uma, mas não me lembro de lhe dar nome.

Este ano vi uma em Berlim, na loja de recordações da "Sinagoga Nova", e surpreendeu-me que fosse um instrumento musical judaico. Quis comprá-la mas  quando tentei fazê-la girar desmanchou-se... e não havia mais nenhuma.

Quando não sabemos o nome de uma coisa é difícil falar dela ou procurá-la. Hoje, andando em busca de outras informações, encontrei-a e descobri que em espanhol se chama "carraca". A partir daí encontrei o nome em português. Conhecia o nome mas associava-o a outro instrumento... A ignorância é assim, embora realmente também se chame matracas a outros instrumentos.

Esta foi a imagem de que gostei mais. Encontrei-a na Wikimedia com o nome checo de Rehtacka. Parece-me muito onomatopaico.

Graças aos leitores deste post aqui ficam links para quem quiser saber mais sobre matracas, e outros nomes que se dão a este instrumento, e instrumentos tradicionais em geral:

Museu Nacional de Etnologia - A Música e os Dias; Instrumentos Populares Portugueses

Projecto TASA - Brinquedos em cana. Das memórias de infância aos usos no presente.

Muito obrigada! :)

"roca" chamou-lhe alguém ... e creio que talvez fosse assim que lhe chamava ... !?

7 comentários:

Aurora disse...

quando o julião não sa cala, chamamos-lhe o matraquinha. ele normalmente percebe matraquilha ou matraquilho :)

almariada disse...

era para ele que queria comprar a matraca, quando vir uma compro, se vocês virem comprem que eu pago :)

Niva disse...

Oi!... depois de tanto tempo, eis-me por aqui...
no Brasil, no nordeste principalmente, costuma-se dizer: "feche a matraca" (=pare de falar tanto) e "fala mais do que matraca"...
abraços.

almariada disse...

Olá,
e sempre bem vinda!
aquele abraço :)

Luis Filipe Gomes disse...

O nome é onomatopaico sim.
Há um instrumento popular português que se chama zaclitraque, no essencial é uma matraca.

http://mnetnologia.wordpress.com/destaques-monstrinha-no-mne/4-exposicao-permanente-a-musica-e-os-dias-instrumentos-populares-portugueses/

Havia pelas feiras, feitas de madeira, matracas como a que está na foto; nos anos setenta passaram a ser feitas em plástico e vendiam-se em locais como a Feira Popular de Lisboa.
A última vez que vi uma matraca em madeira foi na banca de um artesão de brinquedos na Feira de S. Pedro de Sintra.

Não só no folclore existem matracas. Inicialmente seriam objectos integrantes de rituais religiosos e alguns, eles próprios objectos de culto em si como o caso das preciosas "genebres" que fazem parte da colecção já referida.

Na tradição arcaica da Semana Santa as matracas substituiam os sinos que eram interditos até ao anuncio da Ressureição, a Aleluia. Essa tradição é ainda muito presente em Braga, por exemplo, mas também em Sevilha.

Na FIL Artesanato vi uma matraca como a da foto, com pintura, feita em madeira de bétula. Era vendida com artesanato proveniente da Sibéria e curiosamente ligada à tradição judaica, como de resto algumas das nossas matracas populares.

almariada disse...

Muito obrigada Luís Filipe Gomes, vou incluir o link no post onde é mais fácil aceder.
Um abraço.

O disse...

Uma grade matraca, matrácola, que precisava de duas pessoas para a tocar e girar o veio, era tocada no tempo da Semana Santa na torre da igreja, na vez dos grandes sinos