Vladimir Kush
Rumi
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.
Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
ler imagens
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
europa abandonada
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
imaginações
"As pessoas da sociedade dividem a humanidade em duas categorias opostas. A primeira, turba insípida, estúpida e, sobretudo, ridícula, imagina que os maridos devem ser fiéis à mulher, as raparigas puras, as mulheres castas, os homens corajosos, firmes e sóbrios, que é preciso educar os filhos, ganhar a vida, pagar as dívidas, e outras frioleiras; são os fora de moda. A segunda, pelo contrário - a «alta-roda» -, a que todos se gabam de pertencer, preza a elegância, a generosidade, a audácia, o bom humor, abandona-se sem pudor a todas as paixões, e não quer saber de mais nada."
Leão Tolstoi, Ana Karenine (1873-77), tradução de José Saramago, p. 124, Estúdios Cor, Maio de 1969
Retrato de Leo Tolstoy, 1887, por Ilya Repin
sábado, 23 de outubro de 2010
amor do coração da erva
Faz o casaco para as costas do viajante.
Antes dele partir ela apertou as costuras
Com secreto receio de que ele tardasse a regressar.
Quem diria que um centímetro de erva tem no coração
Amor suficiente para toda a luz do Sol da primavera?
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tradução da tradução inglesa do poema Canção do Viajante de Meng Jiao (Meng Chiao) 孟郊 Mèng Jiaō (751-814)
.
pintura de Anna Hsu
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
a ler
terça-feira, 19 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
luz
A ciência procura constâncias: o que nunca muda. A mais enigmática das constantes físicas é provavelmente a velocidade da luz no espaço. Não importa onde nem quando nem se a luz vem para cá ou vai para lá, a física mede sempre a mesma velocidade da luz. Em relação a este movimento constante qualquer outro movimento é relativo: depende da velocidade do que é medido e daquilo que mede.
A constância da velocidade da luz depende de duas outras (não tão constantes) relacionadas: o espaço e o tempo - que não são tão constantes porque as massas os deformam. Apesar disto a velocidade da luz continua constante.
A velocidade da luz é tão elevada que até ao séc. XVII se pensava que era instantânea - o que acontece à superfície da Terra e na vida quotidiana é que se faz fogo aqui e a luz é vista imediatamente a quilómetros de distância. Mas já não é assim quando se observa a luz no espaço. Que a luz se move foi descoberto usando o telescópio para observar as luas de Júpiter.
A luz demora, portanto, um certo tempo a viajar no espaço, o que a torna mais material - diz-se que é composta por partículas a que se chama fotões.
Vem tudo isto a propósito de João Magueijo, um físico português que propõe que, embora a velocidade da luz seja constante agora, talvez não o tenha sido no início do Universo. O seu livro "Mais rápido que a luz" é sobre isto mas também sobre as condições em que a ciência é realizada e as suas descobertas estabelecidas como verdades.
Certo é que procuramos constantemente a iluminação do conhecimento ;)
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
mens agitat molem
Na única tradução em português que encontrei na internet - Manuel Odorico Mendes (1799-1864) - a frase está diluída:
"Desde o princípio intrínseco almo espírito
(745) Céus e terra aviventa e o plaino undoso,
O alvo globo lunar, titâneos astros,
E nas veias infuso a mole agita,
E ao todo se mistura: homens e brutos,
Voláteis gera e anima, e o que de monstros
(750) O cristal fluido esconde. Há nas sementes
Ígneo vigor divino, enquanto a nóxia
Matéria o não retarda, nem o embotam
Órgãos terrenos, moribundos membros.
Daqui vêm dor, prazer, cobiça e medo;
(755) E à clara alteza os míseros não olham,
Em cega negregura encarcerados."
.A imagem é de Vladimir Kush, Partida do Navio Alado
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*é preciso carregar em "Mystic Verse" e depois em "Virgil's mens agitat molem" para aceder ao PDF (em inglês) que vos convido a ler.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
achadas debaixo de água
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
a vida é uma ideia abstracta
"A subjacente atracção do movimento da água e da areia é biológico. Se olharmos mais profundamente podemos vê-la como a base de uma ideia abstracta que nos liga à ilimitada mecânica do universo." Sir Geoffrey Jellicoe
terça-feira, 12 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
poemas de um homem como Platão
Estes Poemas, Disse Ela
.
Estes poemas, estes poemas,
estes poemas, disse ela, são poemas
com nenhum amor neles. Estes são poemas de um homem
que deixaria a sua mulher e criança porque
fazem barulho no seu escritório. Estes são os poemas
de um homem que assassinaria a sua mãe para reclamar
a herança. Estes são os poemas de um homem
como Platão, disse ela, querendo dizer qualquer coisa que eu não
compreendi mas que no entanto
me ofendeu. Estes são os poemas de um homem
que havia de preferir dormir consigo mesmo em vez de com mulheres,
disse ela. Estes são os poemas de um homem
com olhos como uma plaina, com mãos como as mãos
de um carteirista, tecidos com água e lógica
e fome, com nenhum fio de amor neles. Estes
poemas são tão sem coração como a canção de um pássaro, tão sem querer
como folhas de olmo, que se amam amam apenas
o vasto céu azul e o ar e a ideia
de folhas de olmo. O amor próprio é um fim, disse ela,
e não um princípio. Amor quer dizer amor
da coisa cantada, não da canção ou do cantar.
Estes poemas, disse ela....
Tu és, disse ele,
bonita.
Isso não é amor, disse ela com razão.
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quinta-feira, 7 de outubro de 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
não romântica
"Qualquer coisa real, fresca e sólida se estende à sua frente; qualquer coisa não romântica como segunda-feira de manhã, quando todos os que têm trabalho despertam com a consciência de que têm de levantar-se e entregar-se a isso."
Charlotte Brontë, Shirley, 1849
(Something real, cool and solid lies before you; something unromantic as Monday morning, when all who have work wake with the consciousness that they must rise and betake themselves thereto.) Chapter I, Levitical