Vladimir Kush
Rumi
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.
Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
bocas de incêndio
Pete Scully desenha coisas
Entre outras desenhou 55 bocas de incêndio e outros tubos de metal que saem do chão
Diz ele que é divertido desenhar estes amiguinhos que estão sempre lá :)
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
um ciclo infinito
Acabo de receber este aviso na internet ao carregar num link: "A página solicitada tentou redireccioná-lo para a mesma página, o que pode provocar um ciclo infinito."
Suponho que o perigo do "ciclo infinito" seja bloquear o computador ... !?
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
o sangue dele
uma papoila floriu-lhe na boca e eu queria
que queria eu?
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o Sol iluminou-a
e eu desviei os olhos para ocultar o desejo
que se cristalizou em permanente "deja vu"
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foi sobre a alta fortaleza
e junto à santa
que a beleza do sangue se fez flor de luz
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
o mel e o alho, o velho e o novo
Seguindo o calendário Juliano a Igreja Ortodoxa celebra o Natal no dia 7 de Janeiro. Entre as tradições encontrei esta: «A Mãe da família abençoa cada pessoa presente com mel em forma de cruz na testa, dizendo: "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, possas tu ter doçura e muitas coisas boas na vida e no novo ano." Depois todos partilham o pão, molhando-o primeiro em mel e depois em alho picado. O mel é símbolo da doçura da vida, o alho da amargura.» Na imagem frasco russo de mel com alho.
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Ainda segundo o calendário Juliano a noite de ano novo é de 13 para 14 de Janeiro, de modo que os russos chamam a esta festa "velho ano novo".
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
no glaciar
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
oração da noite
opostos
domingo, 12 de dezembro de 2010
reconhecer a abundância
noite sem fim
Endless Night, Polar Night in Murmansk, Russia, 2007
sábado, 11 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
agradecer o desejo
Não Quero Mais que o Dado
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Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade. Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
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Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado,
E o que falta não quero.
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O que me é dado quero
Depois de dado, grato.
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Nem quero mais que o dado
Ou que o tido desejo.
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Ricardo Reis, "Odes"
sábado, 4 de dezembro de 2010
uma estrela sem nome
Uma Estrela Sem Nome
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Quando um bebé é desmamado,
facilmente esquece e começa a comer comida sólida.
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... As sementes alimentam-se no chão,
depois levantam-se para o Sol.
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Assim tu deves provar a luz filtrada
e fazer o teu caminho para a sabedoria
sem protecção pessoal.
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Foi assim que chegaste aqui,
como uma estrela sem nome.
Move-te pelo céu nocturno
com essas luzes anónimas.
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
o cobertor barulhento
domingo, 28 de novembro de 2010
o especialista das narinas direitas
"Já não se encontram médicos à moda antiga, que tratavam todas as doenças. Agora só há especialistas. Temos uma doença de nariz? Enviam-nos para um grande especialista parisiense. O homem examina-nos o nariz. «Não posso», diz ele, «curar-lhe a narina esquerda, pois não é a minha especialidade; só trato das narinas direitas. Vá a Viena, onde há um especialista das narinas esquerdas.»"
Dostoievski, Os Irmãos Karamazov, p. 553, Estúdios Cor, Lisboa, 1958
Escrito em 1879 :)
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Chuváchia
A República Chuvache faz parte da Federação Russa, a sua capital é Cheboksary. Tem duas línguas oficiais: o chuvache e o russo.
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A língua chuvache é de origem turca. Já foi escrita com runas e com os alfabetos árabe e latino. Agora escreve-se unicamente em cirílico porque a Rússia não permite que as línguas minoritárias usem o alfabeto latino.
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Esta imagem é um calendário relacionado com a cerveja e as festas tradicionais chuvaches.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
ando no mundo a ler
Fanatismo
Florbela Espanca
Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
terça-feira, 23 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Nilo iluminado
domingo, 21 de novembro de 2010
uma cena barulhenta
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"Entretanto, eu pensava, estendida como estou agora: «Devo ou não expulsar Mikail Ivanovich pela forma descomedida como falou a este rapaz que veio visitar-me?» Conservava-me de olhos fechados, sem conseguir decidir-me, aflitíssima, de coração palpitante. «Grito ou não grito?» Uma voz dizia-me: «grita», e a outra: «não grites». Mal ouvi esta outra voz desatei a gritar. Depois, desmaiei. Já se sabe, foi uma cena barulhenta."
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Dostoievski, Os Irmãos Karamazov, p. 500, Estúdios Cor, Lisboa, 1958
sábado, 20 de novembro de 2010
um súbito vislumbre
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
à procura
À procura de conhecimento a ciência conta uma história: a origem do Universo aconteceu há 13,7 biliões de anos com o Big Bang, a partir de então desenvolveram-se progressivamente as condições que tornaram possível a vida e a inteligência que procura o conhecimento.
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À procura de outros mundos e de outras vidas a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, através da Ciência Viva, promove um concurso de Astrobiologia destinado a professores e alunos do Ensino Secundário.
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Serão critérios de avaliação a clareza do texto e da apresentação oral, a correcção científica, a objectividade e a correcção linguística.
domingo, 14 de novembro de 2010
presumo
Presumo que seja o Dr. Livingstone,
Que sai da selva escura,
Para o Sol do meio-dia.
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Que é que encontrou lá,
Parou um pouco e ficou a olhar,
Encontrou alguém?
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Vi imensas borboletas,
Vi pessoas grandes e pequenas,
Ainda não encontrei o que procuro.
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Andamos todos à procura de alguém.
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Capitão Scott, era tão corajoso,
Agora parece bastante frio,
Aí fora na neve.
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Vi ursos polares e focas,
Vi enguias gigantes na Antártida,
Ainda não encontrei o que procuro.
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Colombo, a que está ligado,
Então pensa que o mundo é redondo,
Vá navegar no azul.
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Há tantos índios,
Vi-os em tantos lugares,
Ainda não encontrei o que procuro.
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Andamos todos à procura de alguém.
Andamos todos à procura de alguém.
Andamos todos à procura de alguém...
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Moody Blues - Dr. Livingstone, I Presume (1968)
sábado, 13 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
mudanças
Um dia um ladrão, entrando em casa do Cogia (Nasredinn), agarrou em tudo o que lá estava e pondo as coisas às costas foi-se embora. Nasredinn, no entanto, vendo que alguém saía, seguiu o ladrão que foi para a sua própria casa. O Cogia que o seguia de perto chegou-se à porta quando ele estava para entrar. Então o ladrão disse: "Que queres Cogia Efendi?" "O que quero?" disse Nasredinn. "Não é hoje o dia da mudança para aqui?"
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
incredulidade
Mulla Nasrudin tinha ido a outra aldeia. À noite quando voltou para casa descobriu que tinha perdido a sua cópia favorita do Corão. Bastantes dias depois chegou uma cabra a sua casa trazendo o Corão na boca. Nasrudin não podia acreditar no que via. Tirou o sagrado Corão da boca da cabra, levantou os olhos ao céu e exclamou "É um milagre!"
"Nem por isso." disse a cabra "O teu nome está escrito na primeira página."
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
criar obstáculos
O Sim e Não
Cria os obstáculos
Do Ser e do Nada.
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Como poderiam detê-lo
Actos e Qualidades
Se, criado livre,
Ele próprio os cria?
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Rubaiyat de Jalal Al-Din Rumi
traduzido da tradução para inglês de A.J. Arberry, 1949
poema 4 de "Loucura" (Folly)
a imagem é de Demakersvan
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Damasco
Syrie, 2010
Upload feito originalmente por gerard michelterça-feira, 2 de novembro de 2010
completamente importante
perturbação inexplicável ... o coração salta no peito, um aperto por dentro ... é medo? não é medo? que é? é o mistério ... hipnotiza-nos ainda antes de olhar ... atracção, desejo de proximidade ... não, nada disso ... não se sabe o que é, nem o que se quer ... é uma inquietação, uma perturbação e também ... adoração ... enfim ... é uma distância que atrai e uma proximidade que assusta ... um estado intenso e completamente importante, porque tudo o mais desaparece, perde valor ... é inquietação, desassossego e timidez ... talvez nada disto mas qualquer coisa para a qual não pode haver nome ...
a fotografia é do filme Jesus Christ Superstar, o link é para um site que tem a letra da canção de Andrew Lloyd Webber, com texto de Tim Rice, "I don't know how to love him" que também se pode ouvir.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
ler imagens
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
europa abandonada
Chapel
Upload feito originalmente por Martino - NLsegunda-feira, 25 de outubro de 2010
imaginações
"As pessoas da sociedade dividem a humanidade em duas categorias opostas. A primeira, turba insípida, estúpida e, sobretudo, ridícula, imagina que os maridos devem ser fiéis à mulher, as raparigas puras, as mulheres castas, os homens corajosos, firmes e sóbrios, que é preciso educar os filhos, ganhar a vida, pagar as dívidas, e outras frioleiras; são os fora de moda. A segunda, pelo contrário - a «alta-roda» -, a que todos se gabam de pertencer, preza a elegância, a generosidade, a audácia, o bom humor, abandona-se sem pudor a todas as paixões, e não quer saber de mais nada."
Leão Tolstoi, Ana Karenine (1873-77), tradução de José Saramago, p. 124, Estúdios Cor, Maio de 1969
Retrato de Leo Tolstoy, 1887, por Ilya Repin
sábado, 23 de outubro de 2010
amor do coração da erva
A linha na mão gentil de uma mãe
Faz o casaco para as costas do viajante.
Antes dele partir ela apertou as costuras
Com secreto receio de que ele tardasse a regressar.
Quem diria que um centímetro de erva tem no coração
Amor suficiente para toda a luz do Sol da primavera?
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tradução da tradução inglesa do poema Canção do Viajante de Meng Jiao (Meng Chiao) 孟郊 Mèng Jiaō (751-814)
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pintura de Anna Hsu
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
a ler
terça-feira, 19 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
luz
A ciência procura constâncias: o que nunca muda. A mais enigmática das constantes físicas é provavelmente a velocidade da luz no espaço. Não importa onde nem quando nem se a luz vem para cá ou vai para lá, a física mede sempre a mesma velocidade da luz. Em relação a este movimento constante qualquer outro movimento é relativo: depende da velocidade do que é medido e daquilo que mede.
A constância da velocidade da luz depende de duas outras (não tão constantes) relacionadas: o espaço e o tempo - que não são tão constantes porque as massas os deformam. Apesar disto a velocidade da luz continua constante.
A velocidade da luz é tão elevada que até ao séc. XVII se pensava que era instantânea - o que acontece à superfície da Terra e na vida quotidiana é que se faz fogo aqui e a luz é vista imediatamente a quilómetros de distância. Mas já não é assim quando se observa a luz no espaço. Que a luz se move foi descoberto usando o telescópio para observar as luas de Júpiter.
A luz demora, portanto, um certo tempo a viajar no espaço, o que a torna mais material - diz-se que é composta por partículas a que se chama fotões.
Vem tudo isto a propósito de João Magueijo, um físico português que propõe que, embora a velocidade da luz seja constante agora, talvez não o tenha sido no início do Universo. O seu livro "Mais rápido que a luz" é sobre isto mas também sobre as condições em que a ciência é realizada e as suas descobertas estabelecidas como verdades.
Certo é que procuramos constantemente a iluminação do conhecimento ;)
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
mens agitat molem
mens agitat molem* é uma citação de Virgílio (70 aC - 19 aC): Eneida, capítulo VI (No Mundo dos Mortos). Eneias encontra o pai, Anquises, a quem pergunta quem são os que bebem as águas do Lethes, o rio do esquecimento, ao que o pai lhe responde que são as almas que hão-de vir a ter corpos e esquecem as suas vidas passadas. Eneias não compreende que as almas sublimes queiram voltar à vida. O pai explica-lhe então que "a mente (espírito) agita a matéria (mole)".
Na única tradução em português que encontrei na internet - Manuel Odorico Mendes (1799-1864) - a frase está diluída:
"Desde o princípio intrínseco almo espírito
(745) Céus e terra aviventa e o plaino undoso,
O alvo globo lunar, titâneos astros,
E nas veias infuso a mole agita,
E ao todo se mistura: homens e brutos,
Voláteis gera e anima, e o que de monstros
(750) O cristal fluido esconde. Há nas sementes
Ígneo vigor divino, enquanto a nóxia
Matéria o não retarda, nem o embotam
Órgãos terrenos, moribundos membros.
Daqui vêm dor, prazer, cobiça e medo;
(755) E à clara alteza os míseros não olham,
Em cega negregura encarcerados."
.A imagem é de Vladimir Kush, Partida do Navio Alado
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*é preciso carregar em "Mystic Verse" e depois em "Virgil's mens agitat molem" para aceder ao PDF (em inglês) que vos convido a ler.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
achadas debaixo de água











Albert Koetsier




