Winston Churchill, As Minhas Memórias, Volume I, p. 143-144, Parceria António Maria Pereira, Lisboa, 1941
A ortografia não foi actualizada.
"Organizámos, para o começo de 1912, uma grande revista naval em Portland. Flutuaram, ao vento, os pavilhões duma dúzia de almirantes e as flamulas de outros tantos comodoros. Vimos juntar as bandeiras de cento e cincoenta navios. O rei passou quatro dias no meio dos marinheiros. Num desses dias realizaram-se as manobras no meio dum espêsso nevoeiro. Os navios partiram ao mesmo tempo. Invisíveis, ocuparam os seus lugares, no meio das vozes de comando e do ruído sinistro das sereias. Parecia impossível que se não desse qualquer acidente. De repente o nevoeiro dissipou-se e distinguiram-se os alvos distantes; os navios de linha, em fila, surgiam, uns após outros, no meio de clarões e lançavam granadas, no meio dum ruído infernal e de jactos de água.
A esquadra voltou, depois, com os seus três grupos de combate, e os cruzadores e as flotilhas de navios mais pequenos, atrás e à frente. A velocidade atingiu os vinte nós. No rasto dos navios havia longas esteiras de espuma branca. A terra aproximava-se. O perímetro da baía abraçava já aquela formação gigantesca. Na ponte do «Enchantress» os adidos estrangeiros, na minha companhia, lançavam olhares ansiosos. Continuámos a avançar a todo o vapor. Mais cinco minutos e os navios que iam à frente da esquadra fundeariam. Quatro minutos, três minutos e ouviu-se, enfim, o sinal. Tôdas as amarras caíram no mar, ao mesmo tempo. À distância regulamentar de cento e cincoenta metros, os navios pararam. Olhando as extensas filas de navios, havia a impressão de que haviam sido traçadas à régua. Estendiam-se por uma distância de muitas milhas. Os espectadores desta cena estavam pasmados."
A ortografia não foi actualizada.
"Organizámos, para o começo de 1912, uma grande revista naval em Portland. Flutuaram, ao vento, os pavilhões duma dúzia de almirantes e as flamulas de outros tantos comodoros. Vimos juntar as bandeiras de cento e cincoenta navios. O rei passou quatro dias no meio dos marinheiros. Num desses dias realizaram-se as manobras no meio dum espêsso nevoeiro. Os navios partiram ao mesmo tempo. Invisíveis, ocuparam os seus lugares, no meio das vozes de comando e do ruído sinistro das sereias. Parecia impossível que se não desse qualquer acidente. De repente o nevoeiro dissipou-se e distinguiram-se os alvos distantes; os navios de linha, em fila, surgiam, uns após outros, no meio de clarões e lançavam granadas, no meio dum ruído infernal e de jactos de água.
A esquadra voltou, depois, com os seus três grupos de combate, e os cruzadores e as flotilhas de navios mais pequenos, atrás e à frente. A velocidade atingiu os vinte nós. No rasto dos navios havia longas esteiras de espuma branca. A terra aproximava-se. O perímetro da baía abraçava já aquela formação gigantesca. Na ponte do «Enchantress» os adidos estrangeiros, na minha companhia, lançavam olhares ansiosos. Continuámos a avançar a todo o vapor. Mais cinco minutos e os navios que iam à frente da esquadra fundeariam. Quatro minutos, três minutos e ouviu-se, enfim, o sinal. Tôdas as amarras caíram no mar, ao mesmo tempo. À distância regulamentar de cento e cincoenta metros, os navios pararam. Olhando as extensas filas de navios, havia a impressão de que haviam sido traçadas à régua. Estendiam-se por uma distância de muitas milhas. Os espectadores desta cena estavam pasmados."
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