Vladimir Kush

Vladimir KUSH, Ripples on the Ocean, (Ondulações no Oceano)

Rumi

A vela do navio do ser humano é a fé.
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.

Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI




quarta-feira, 29 de abril de 2009

Uma aventura sem nada que comer?

Quem conhece os livros de Enid Blyton não pode deixar de sorrir ao ler:

"Que aborrecimento! Uma aventura era uma coisa, mas uma aventura sem nada que comer era muito diferente. Isso é que não podia ser."

Enid Blyton, A Aventura no Vale, p. 35, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1981

terça-feira, 28 de abril de 2009

Mosteiro de Humor

Mosteiro ortodoxo, sobre o rio Humor, dedicado ao adormecimento da Senhora que deu Deus à luz.

Fundado em 1530 faz parte do conjunto de Mosteiros de Bucovina na Moldávia Romena.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Acreditar na tristeza

Quando vamos da felicidade para a infelicidade dizemos que perdemos as ilusões e caímos na realidade. Quando vamos da infelicidade para a felicidade não perdemos também as ilusões e não alcançamos a realidade?

Fico deprimida com as comemorações do 25 de Abril. Comemorar é exactamente o oposto do entusiasmo, da alegria anárquica, do sentimento de perigo e de que tudo era possível que se viveram em 1974 e nos anos seguintes! Comemorar é precisamente mostrar que acabou, é passado. Comemorar é um dever. Agora, em nome do 25 de Abril, exige-se segurança!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Este post é para os maus

O mal e o bem são temas muito explorados nas conversas e nos livros. Em geral não há grandes surpresas, o que se diz ou escreve a este respeito é quase sempre mais ou menos o mesmo.

O livro "Taishang Ganying Pian" tem sido promovido na China, tanto pelos imperadores como pelos republicanos. Trata, sobretudo, daquilo que fazem os maus e os bons não devem fazer. Nem por ser chinês o mal e o bem são diferentes. Os maus chineses fazem o mesmo que os maus portugueses.

No entanto houve algo que me surpreendeu:

"Eles cospem, assoam-se e até mijam para o Norte."

Disto é que os maus portugueses ainda não se lembraram! Ora, façam o favor de aprender alguma coisa com os chineses!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Quer comprar um avião em segunda mão?

No alfarrabista "The Monkey's Paw" pode comprar este e outros livros muito, muito interessantes! Talvez ainda mais interessantes que os livros são os comentários que os acompanham! ;)

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Galáxias

Faz hoje dezanove anos que o telescópio Hubble foi posto em órbita para captar imagens do universo. Para celebrar o acontecimento a NASA divulgou esta fotografia que foi baptizada "Fonte da Juventude". A azul vêem-se estrelas nascidas da colisão de gases galácticos.

terça-feira, 21 de abril de 2009

O mais antigo mapa de Portugal

Na Biblioteca Digital Mundial, patrocinada pela Unesco, encontra-se, entre uma infinidade de outras coisas, o mais antigo mapa de Portugal, que é da autoria de Fernando Álvares Seco. Tem o Norte à direita e o Algarve, claramente separado, à esquerda. Pode fazer-se zoom e navegar-se por ele. Não percebo porque é que este mapa não é mais famoso entre nós! Devia haver impressões à venda ou, pelo menos, nas escolas...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

a quantas dormidas?

Hoje a minha navegação na internet levou-me até ao Ártico e aos Inuit que medem as suas viagens em dormidas:

«Não vive ninguém no interior da Gronelândia, apenas os caçadores Inuit se aventuraram na planície gelada através dos séculos, aprendendo assim a medir as distâncias em sinik, em sonhos. A denominação refere-se ao número de noites que uma pessoa passa em viagem, mas na Gronelândia as noites podem ser quase inexistentes, ou muito compridas, dependendo da época do ano, assim como os dias e a distância percorrida. Assim é inútil tentar calcular a duração ou distância de um trajecto baseando-nos nos sinik usados por outro caçador. No Inlandis cada um deve perseguir os seus próprios sonhos.»

«Os Inuit medem as viagens em sinik - um conceito que descreve a união de espaço, movimento e tempo, evidente para os Inuit mas que não pode ser dito em nenhuma língua europeia actual.»

«Immaqi? (Porquê pressa?) é o que perguntam os Inuit com um encolher de ombros.»

«Na língua Inuktitut, "Siniluaqtutit" é uma palavra composta "sinik" (dormir) + luaq (demasiado) + tutit (segunda pessoa do singular); i.e., “Tu dormes demasiado.”»

Sobre a língua Inuktitut ver aqui e aqui

sexta-feira, 17 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Abaixa-te, ó Serra d'Aire

Abaixa-te, ó Serra d'Aire

Que eu quero ver São Lourenço

Quero ver o meu amor

E acenar-lhe com o lenço

Ester de Lemos, Na aurora da nossa poesia, p. 20, Colecção Educativa, Série G, Número 2, Ministério da Educação Nacional, Direcção-Geral do Ensino Primário, 1970

terça-feira, 14 de abril de 2009

anta dinamarquesa

Esta anta, ou dolmen, está na ilha dinamarquesa de Sjaelland - onde se situa também Copenhaga.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

o deserto dá saúde e felicidade

Mauritânia

O xeque, Sidi Ahmed el Beshir Hammadi, falava perfeitamente francês. Depois do jantar, enquanto ele servia o chá de hortelã, perguntei-lhe, ingenuamente, porque é que a vida passada debaixo das tendas, apesar de todas as dificuldades, era irresistível.

-Bah! - disse, encolhendo os ombros. - O que eu gostava mais era de morar numa casa da cidade. Aqui, no deserto, não há maneira de andarmos limpos. Não podemos tomar um duche! São as mulheres que nos fazem viver no deserto. Dizem que o deserto dá saúde e felicidade, a elas e às crianças.

Bruce Chatwin, O Canto Nómada, tradução de José Luís Luna, Quetzal Editores, Lisboa, 2000

sexta-feira, 3 de abril de 2009

a imagem das coisas

O velho pintor Wang-Fô e o seu discípulo Ling erravam pelas estradas do reino de Han.

Avançavam devagar, pois Wang-Fô parava de noite para contemplar os astros, de dia, para olhar as libélulas. Iam pouco carregados, pois Wang-Fô amava a imagem das coisas e não as próprias coisas, e nenhum objecto do mundo lhe parecia digno de ser adquirido, excepto pincéis, boiões de laca e de tintas-da-china, rolos de seda e papel de arroz. Eram pobres, pois Wang-Fô trocava as suas pinturas por um caldo de milho miúdo e desprezava as moedas de prata. O seu discípulo Ling, vergado ao peso de um saco cheio de esboços, curvava respeitosamente as costas como se carregasse a abóboda celeste, pois aquele saco, aos olhos de Ling, ia cheio de montanhas sob a neve, de rios pela Primavera e do rosto da Lua no Verão.

Marguerite Yourcenar, A Salvação de Wang-Fô e outros contos orientais, tradução de Gaëtan Martins de Oliveira, p. 13, Publicações D. Quixote, Lisboa, 2002