Pão e rosas
Ela leva no avental
Ele não deixa
Vá para casa
Ninguém se queixa
Há outras portas
Para cada dia
Levar
Pão e rosas
Ao altar
Pão e rosas
Ela leva no avental
Ele não deixa
Vá para casa
Ninguém se queixa
Há outras portas
Para cada dia
Levar
Pão e rosas
Ao altar
Ela vestia-se de leoparda
E trabalhava no jardim
Ele usava farda de pinguim
As noites eram bárbaras
E os dias assim assim
Saiu de casa
Com chave e dinheiro
Sem rumo
Sem companhia
Foi evitando o cheiro
Dos escapes
Até à periferia da aldeia
Onde não havia estrada
Mas pode comprar
Comida para o caminho
Em torno das habitações
Entre altas árvores
Médios arbustos
Ervas rasteiras
Pedras e bichos
Céu sem fim
Até um lugar bem bom
Para ver até mais não
Até lhe apetecer regressar