Desenho no livro "A vida das árvores à noite" (The night life of trees) ilustrado por artistas da tribo Gond, Índia central. A história é sobre a crença do povo Gond na vida espiritual das árvores à noite.
Tara Books, 2006
O poema é de Rainer Maria Rilke, o primeiro dos Sonetos a Orfeu (1923):
Uma árvore subiu. Pura ascensão!
Oh, Orfeu canta! Árvore alta no ouvido!
E tudo se calou. Mas mesmo a suspensão
era aceno, mudança, outro sentido
de começar. Do bosque iam saindo
bichos silentes, de covil ou ninho,
e não era já - viu-se - ardil mesquinho
ou susto que os calava: estavam, vindo,
só para ouvir. Mugido, berro, grito
era pequeno em cada peito aflito.
E onde havia abrigo ou choça escura
de acesso pra aceitar em ânsia pura,
postes que o som pudesse sacudir, -
ali criaste tu templos no ouvir.
Rainer Maria Rilke, Poemas As Elegias de Duíno e Sonetos a Orfeu (Prefácio, Selecção e Tradução de Paulo Quintela), p. 233, O Oiro do Dia, Porto, Setembro de 1983
Tara Books, 2006
O poema é de Rainer Maria Rilke, o primeiro dos Sonetos a Orfeu (1923):
Uma árvore subiu. Pura ascensão!
Oh, Orfeu canta! Árvore alta no ouvido!
E tudo se calou. Mas mesmo a suspensão
era aceno, mudança, outro sentido
de começar. Do bosque iam saindo
bichos silentes, de covil ou ninho,
e não era já - viu-se - ardil mesquinho
ou susto que os calava: estavam, vindo,
só para ouvir. Mugido, berro, grito
era pequeno em cada peito aflito.
E onde havia abrigo ou choça escura
de acesso pra aceitar em ânsia pura,
postes que o som pudesse sacudir, -
ali criaste tu templos no ouvir.
Rainer Maria Rilke, Poemas As Elegias de Duíno e Sonetos a Orfeu (Prefácio, Selecção e Tradução de Paulo Quintela), p. 233, O Oiro do Dia, Porto, Setembro de 1983