As Iniciações Órficas
Hino a Proserpina
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Filha de Júpiter toda poderosa e divina
Vem, rainha abençoada, e inclina-te para estes ritos:
Filha unigénita, de Plutão honrada esposa,
Oh honrada Deusa, fonte da vida:
Pertence-te a ti morar nas profundidades da Terra
Seguras pelas largas portas do desânimo do inferno:
Descendente sagrada de Júpiter, de bela fisionomia
Fatal, com lindas fechaduras, rainha infernal:
Fonte das fúrias, cujo sistema bendito
Procede das sementes inefáveis e secretas de Júpiter:
Mãe de Baco, Sonoro, divino,
E de muitas formas, pai da vinha:
As Horas bailarinas servem-te, brilhante essência
Virgem que tudo governas, que trazes luz celeste:
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Ilustre, com chifres, de mente generosa,
A única desejada pelos do género mortal.
Oh, rainha da Primavera, que te delicias com prados de ervas,
Doce ao olfacto e agradável à vista:
Cuja forma sagrada vemos nos botões dos frutos
Prole vigorosa da Terra com vários matizes:
Casada no Outono: apenas a vida e a morte
Dos míseros mortais é conhecida pelo teu poder:
Pois tua é a tarefa de acordo com a tua vontade
De produzir a vida e tudo o que vive matar.
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Ouve, abençoada Deusa, envia um rico aumento
Dos vários frutos da Terra, com paz amorosa;
Envia saúde com mão gentil, e coroa a minha vida
Com abundância abençoada, livre de luta ruidosa;
Deixa para a extrema velhice a presa da Morte,
Dispensa-nos de ter já os reinos subterrâneos,
O teu belo palácio, e as tuas abençoadas planícies
Onde moram espíritos felizes e reina Plutão.
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Traduzido da tradução de Thomas Taylor (1792)