Vladimir Kush

Vladimir KUSH, Ripples on the Ocean, (Ondulações no Oceano)

Rumi

A vela do navio do ser humano é a fé.
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.

Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI




terça-feira, 26 de maio de 2015

As mulheres belas

Estão as mulheres belas sentadas ou se movem, e umas são velhas, outras novas,
E são belas as novas - mas as velhas são ainda mais belas do que as novas.

Walt Whitman, Fôlhas de Erva, Lisboa, 1943, p. 12, ANTOLOGIA, Introdução aos Grandes Autores

Edição de Autor de Agostinho da Silva, está on-line aqui.

sábado, 16 de maio de 2015

Soneto a um livro





A um livro

No silêncio de cinzas do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste,
Sombra roubada ao livro que ando a ler,
A esse livro de mágoas que me deste.

Estranho livro aquele que escreveste,
Artista da saudade e do sofrer !
Estranho livro aquele em que puseste
Tudo o que eu sinto, sem poder dizer !

Leio-o, e folheio, assim, toda a minh’alma !
O livro que me deste é meu, e salma
As orações que choro e rio e canto !...

Poeta igual a mim, ai quem me dera
Dizer o que tu dizes !... Quem soubera
Velar a minha Dor desse teu manto !...

Florbela Espanca, SONETOS, p. 32, Edição Integral, Livraria Tavares Martins, Porto, 1960

Este livro tem fotografias. Esta está ao lado deste soneto e encontrei-a aqui. Suponho que seja Florbela com o irmão no final do séc. XIX / início do séc. XX.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Misericórdia em Macau

Baixo relevo em granito. Fotografia de «O Leal Senado da Câmara de Macau. Reportagem fotográfica de José Neves Catela e comentários de Luís Gonzaga Gomes in MOSAICO,1950.» encontrada aqui

segunda-feira, 11 de maio de 2015

lágrimas de princesa

Pir-e Sabz (santuário verde), ou Chak Chak, nome onomatopaico - som das gotas de água a cair - é o mais sagrado dos templos de montanha do Zoroastrismo. A religião de Zaratustra (Zoroastro) continua viva no Irão e nos países próximos, incluindo a Índia, assim como noutros países mais distantes para onde os fiéis emigraram.
O fogo sagrado tem sido mantido nesta fonte no meio do deserto de Dasht-e Kavir, a cerca de 60 km de Yazd, Irão. É um centro de peregrinação sempre aberto cujas celebrações mais importantes ocorrem no mês de Junho.
A tradição conta que a princesa Nikbanu (Nikbanoo) ao fugir da invasão dos árabes islâmicos caiu aqui de cansaço. Rezou então de tal modo que a montanha se abriu para a acolher e dar refúgio.
Quando a montanha se fechou sobre ela um pouco do vestido ficou à vista. Com o tempo petrificou e agora é uma rocha. As gotas da cascata são lágrimas, água da vida. Os limos (lismos) verdes são os cabelos da princesa.
As poucas árvores que crescem no templo são as únicas em muitos quilómetros em redor.
Encontrei a fotografia - e informações em inglês - aqui.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Árvores que sonham com o mar

Ela não sabia que nome lhe davam as pessoas por isso também eu não vou aprofundar que árvore era
Era uma árvore num monte e sonhava com o mar sem nunca o ter visto
O mar era assim como as montanhas mas em movimento rápido
Era azul e estava cheio de peixes e outros animais que nadavam
E a árvore crescia lentamente para o céu acarinhando o seu sonho - incompreensível na montanha
E foi crescendo até ao dia em que a cortaram e dela fizeram um barco