Vladimir Kush

Vladimir KUSH, Ripples on the Ocean, (Ondulações no Oceano)

Rumi

A vela do navio do ser humano é a fé.
Quando há uma vela, o vento pode levá-lo
A um lugar após outro de poder e maravilha.
Sem vela, todas as palavras são ventos.

Jalāl-ad-Dīn Muhammad RUMI




terça-feira, 29 de maio de 2007

educação

a educação não é uma coisa que a sociedade faça, a educação é o que acontece naturalmente às crianças enquanto aprendem. os bloqueios de aprendizagem são muitas vezes consequência precisamente da educação distanciada e pedagógica de técnicos mecânicos de crianças-máquinas. pior que a educação de massas só mesmo a falta de educação de massas. as massas são o conceito de coisa levado à última potência. felizmente a estupidez, como tudo, é efémera. o sonho está aquém e além.

animais, plantas e minerais

Porque os distinguimos assim? Parece óbvio mas há mais semelhanças entre certas plantas e certos animais que entre certos animais entre si ou plantas entre si. A diversidade dos seres vivos é tanta que sempre nos surpreende. Embora a surpresa raramente alcance o facto de que as pessoas são uma das possibilidades da diversidade e não estão de modo nenhum acima dela, uma vez que são seu produto.
Animais, entre os animais, seres vivos entre os seres vivos, coisas entre as coisas, as pessoas não se distinguem da escala a que vivem o mundo. O nível da percepção humana é comum a muitas espécies com as quais sentimos mais afinidades que com aquelas cujas percepções se afastam mais das nossas. Eis porque aceitamos classificar as rochas como inanimadas, sem vida. Desta ideia decorre a de coisas, objectos. O problema das ideias é a sua coisificação. É assim uma espécie de calcificação das canalizações que impede o fluir. Apesar disso a girafa e o esquilo encontram-se.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

ALENTEJO - ZONA DE ANARQUIA EXPERIMENTAL

Façamos do deserto uma zona livre de políticos, uma zona de anarquia experimental. Ninguém mete o nariz e o pessoal da margem sul que se entenda com os de Beja.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Encenar uma não-ficção

"Marcela é mantida ‘viva’ às custas de um tronco cerebral rudimentar, mas altamente medicalizado. Ela nunca chegará a ser um ser humano pleno e autônomo. É uma carga social familiar na qual estão sendo aplicadas medidas extraordinárias de reanimação e manutenção de vida vegetativa sem finalidade, impedindo de deixar a natureza seguir o seu ciclo natural. Tais medidas são caras diante da limitação e da exigüidade de recursos disponíveis para a saúde pública. Para quê? As mulheres devem ser obrigadas a dedicar 24 por dia para manter vivos troncos cerebrais que jamais chegarão à plenitude da vida? É isso que as mulheres desejam? Não tenho nada contra se uma família, ou a Igreja, queira bancar esse tipo de coisa, mas que o façam com seus próprios recursos. Vejo como uma imoralidade que o dinheiro público sirva para esta encenação, enquanto um número incalculável de bebês viáveis morrem por falta desses mesmos cuidados."

Austrália

http://www.nacaradogol.mondo-exotica.net/arquivo/001727.htm www.hockin.org/.../1997_Australia/Didjeridoo.JPG

fumar e jogar às cartas

Sobre os efeitos da presença portuguesa no Japão diz Wenceslau de Moraes:
"Caiu por terra a doutrina dos padres; mas o tabaco e as cartas de jogar - oh, pestezinha da alma humana! - persistiram..."
(Os Serões no Japão, 2ª ed., 1973)
Para alguns homens o paraíso é um interminável jogo de cartas com os amigos:
"Mas só o simples facto de se jogar às cartas é D'homem. Ponto final."